segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Os passeios da cidade são pouco convidativos a uma jornada cortês a lugar algum. A pressa carrega seus neofitos capitalistas em sua bolsa de crochê, retrô, a pressa é chique e toma os descalçados passeios irregulares da cidade com seu vulto vulgar metida à moderna. Caminhar é um desafio ao tropeço e à pressa. De Touro como nasci, tiro tudo da frente, gente, buraco, modernidade. Míope e astigmata só não enxergo pior por só ter dois olhos físicos, apesar de esbarros nunca queixei de tropeços. 
Ia por aí conversando com Deus, sem vista auxiliar, só no míope estéreo desbalanceado L-R do mirar, recompondo ao caminhar as idéias pelo assimétrico passeio público, havia lá uma casca onde tropecei, insisti, tropiquei. Não era de banana, destas que Quicos escorregam quando pisam, era de verdade, grande e densa impunha as leis da física sobre todas as outras tantas leis do universo. De verdade, como uma PM5D RH.
Repousava no passeio uma casca no caminho. Parei a admirá-la tal como a parte que protege, o lado de fora, por engano nos alimentos disperdiçada, cheia de vitaminas, onde ao avistar o objeto paramos o olhar. Da casca da uva vem os taninos do vinho? A da maçã da macieira da vó é vermelha viva, como sangue, que tingiu os caminhos sofridos, como a fé de Bergmann, que pisei antes de tropeçar na casca, dura. Pé torcido... É a casca que impede a pressa de dentro se desenvolver. A pressa é o manifesto dos desprotegidos.
             

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