sábado, 22 de setembro de 2012

O forno, ligado. Dentro dele, a cidade. Que evapora me cozinhando em prato oblongo, lentamente, através da tarde de testes em determinada confraria que venho a frequentar quando da calma cultural. Me atrai a equalizar, pela metrópole estrepitante, frequências audíveis pelos sensíveis tímpanos despreparados dos que visitam artistas desafinados pelos palcos por aí, por ali, ou não. Bigornas aguçadas, estribos afiados, aumenta aqui, "ei, psiu, abaixa ali": filhos da terra, e os que habitam nela, são naturalmente técnicos de futebol e de som. Penso na pequena e em como fiquei chato, ou sempre fui. Vou cozinhado pela tarde ardente de ruído-rosa, sem queimar e sem realimentar, vago às ondas quadradas a ao ataque nocivo do sol. Confabulos, esquemas, Salinas, carne-seca. Penso em Marx e em como o trabalho disciplina, acaricia com uma mão leve, sussura ao pé do ouvido que a exploração do homem pelo homem é tão natural quanto comer, do homem pela mulher... Acalanta, até desistir.

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