segunda-feira, 27 de setembro de 2010

E, como não vou escrever na carta, nem vou escrever mais uma carta, se quer saber terá que aqui vir a ler, lhe digo que o meu sol ainda não encontrei. Achei que se escondia atrás da serra, mas sua insensatez mostrou-me o contrário. Eu estou prestes a ir embora e se é o que também quer, vá. Não encontramos nossa luz: não encontraremos iluminação alguma enquanto nos olharmos no escuro.
Eu escrevo para mim. Vez por outra alguém cai aqui, logo se vai. Caio por aí e demoro para me encontrar. Estou emburrado, estou nervoso, estou irritado e já cansado venho há muito tempo de estar assim. Um sorriso me acalmaria, o seu sorriso, nega-me com certeza. A vontade é de gritar, ódio que vem de novo e bate a porta da boca; abro e rumino por tempo, qualquer medição dele é vã, ódio é eterno e como dura! Dura até o tempo de sair por aí na chuva querendo esquecer a raiva, mas nem mais posso andar pelas ruas escuras da madrugada bernardense: minhas duas pernas estão quebradas, meu coração está partido e o choro de ódio quer sair pela boca expurgando reminiscências e expulsando essa desgraça que me empurra para baixo. Mas nada posso fazer. 

Um comentário:

quem proseia disse...

é que chega uma hora que o mundo resolve testar nossa força, né?!
mas o teste passa e a recompensa é boa
a ressaca tá passando, fico só com aquele porre gostoso! haha

é claro que as portas estão abertas, sempre =)