As luzes públicas amarelam a neblina densa vinda do alto do Morro da Cruz, caminho pela calçada molhada seguro de que ninguém está me reparando o passo, madrugada, sento à mureta para fumar. A polícia ronda sistematicamente pela Tiradentes, travessas inclinadas onde há pouco foi engaiolado um par de ladrões de carros, amigos de muito testando as forças da lei, agora batem asas em celas pela cidade. O camburão irriquieto me incomoda, vai embora, foi. Será que volta? o coração salta à boca junto com o cigarro proibido e quase se encontram sob o pálato antes do primeiro trago. O clarão do farolete vermelho invade impetuosamente a neblina amarela e flagra verde a fumaça que me encanta e auréola as mãos sobre a cabeça.
Mãos, as minhas e outras.
Delicio alvas as mãos da Tenente Ketlen pelo meu corpo traçando o caminho por onde corre a adrenalina do contato.
- Por que não fuma em casa? - disse ela.
(Relembrança de 2009)
Mãos, as minhas e outras.
Delicio alvas as mãos da Tenente Ketlen pelo meu corpo traçando o caminho por onde corre a adrenalina do contato.
- Por que não fuma em casa? - disse ela.
(Relembrança de 2009)