Seu Pedro chora lá de cima do Morro da Nuvem as lágrimas que vês amontoadas pelas ruas outrora alegres das cidades cinzas. Chora vossa alegria desmedida de comprar. Chora lágrimas de ódio. Chora pelo Deus morto da compaixão. Chora por tu, por mim nunca chorou, nunca teve esperança. Chora pela tua consciência limpa. Chora engasgado na fumaça do óleo diesel em combustão levando teu alimento. Chora pelo teu direito de ir e vir. Chora sobre os restos inconsumíveis da tua gana trabalhadora. E chora, como chora Seu Pedro. Hoje não chorou, sorriu com tamanha alegria que ofuscou teu espelho, o pano azul lá em cima cobriu teu corpo morto pela carreta que não viste rasgando à toda pela direita, Seu Pedro, vai sorrir de novo amanhã.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
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