quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Eu escuto ela gritar. Não me agrada gritaria. Eu não gosto do sotaque dela. Eu nunca mais vou ser atropelado só para não ter que conviver com as vizinhas-donas-de-casa-entediadas. Elas gritam, urram seus preconceitos para que eu ouça. Fazem com que suas vozes demasiada irritantes cheguem ao meu ouvido: bandidos maconheiros. Desperta em mim aquele velho ódio. Mas o bandido maconheiro aqui não tem maconha para fumar. Nem mais paciência e serenidade para ouvir calado toda a sabedoria de uma dona-de-casa semianalfabeta que veio do Cariri no último pau-de-arara. Eu adoro o nordeste, tenho sangue baiano. E meu sangue baiano-paranaense-paulista quer mandar ela tomar bem no meio do cú e dizer: cala a porra da boca paraíba retirante de merda. Não é preconceito, é só ódio. Uma ode à burrice.

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