Eu escuto ela gritar. Não me agrada gritaria. Eu não gosto do sotaque dela. Eu nunca mais vou ser atropelado só para não ter que conviver com as vizinhas-donas-de-casa-entediadas. Elas gritam, urram seus preconceitos para que eu ouça. Fazem com que suas vozes demasiada irritantes cheguem ao meu ouvido: bandidos maconheiros. Desperta em mim aquele velho ódio. Mas o bandido maconheiro aqui não tem maconha para fumar. Nem mais paciência e serenidade para ouvir calado toda a sabedoria de uma dona-de-casa semianalfabeta que veio do Cariri no último pau-de-arara. Eu adoro o nordeste, tenho sangue baiano. E meu sangue baiano-paranaense-paulista quer mandar ela tomar bem no meio do cú e dizer: cala a porra da boca paraíba retirante de merda. Não é preconceito, é só ódio. Uma ode à burrice.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
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