As luzes amarelam a neblina densa vinda do alto do Morro da Cruz, caminho pela calçada molhada seguro de que ninguém está me reparando o passo, madrugada, sento à mureta para fumar. A polícia ronda sistematicamente pelo Tanque, ruas inclinadas onde há pouco foi engaiolado um par de ladrões de carros, amigos de muito testando as forças da lei, agora batem asas em celas pela cidade. O camburão irriquieto me incomoda, vai embora, foi. Será que volta? o coração salta à boca junto com o cigarro e quase se encontram sob o palato antes do primeiro trago. O clarão do farolete branco invade impetuosamente a neblina amarela e flagra verde a fumaça que me encanta e auréola as mãos sobre a cabeça.
Mãos, as minhas e outras.
Imagino alvas as mãos da Tenente Ketlen pelo meu corpo, traçando o caminho por onde corre a adrenalina do contato.
Por que não fuma em casa?
Mãos, as minhas e outras.
Imagino alvas as mãos da Tenente Ketlen pelo meu corpo, traçando o caminho por onde corre a adrenalina do contato.
Por que não fuma em casa?
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